sábado, 20 de novembro de 2010

CONSCIÊNCIA NEGRA, SÓ HOJE?

        No dia 20 de novembro comemoramos o Dia da Consciência Negra. Esta comemoração está inserida em um contexto muito mais amplo que faz parte de uma luta de décadas dos movimentos negros nacionais.
        É notório e evidente as políticas afirmativas que vem sendo postas em prática na nossa sociedade atualmente: titularização das terras de remanescentes quilombolas, a lei nº 10.639/03 que torna obrigatório o ensino de história da cultura afro brasileira e africanas nas escolas de educação básica e as cotas para ingresso dos afro descendentes nas universidades, só para citarmos aquelas que foram e são mais conhecidas e que geralmente causam discussões e debates imensos. Sem dúvida, tais práticas são necessárias para sanar séculos de discriminação e injustiças sofridas por este segmento dentro da sociedade brasileira. Entretanto, não podemos fechar os olhos para a permanência em nosso cotidiano das mais diferentes formas de preconceito e discriminação que ainda vitimam os afro descendentes.
      Precisamos quebrar a máxima intelectual criada e popularizada no Brasil desde a primeira década do século XX de que a nossa sociedade vive uma "democracia racial", e que não temos preconceitos e nossos negros não sofrem humilhações, perseguições ou são privados de seus direitos básicos. 
      Desconstruir esse mito é dar "a cara à tapa" e admitir o preconceito que está intrínseco em nós. Muitas vezes ainda reproduzimos valores preconceituosos até mesmo dentro dos nossos lares, e desde pequenos, perdemos valores como o respeito que poderiam nos guiar e ajudar a construirmos uma sociedade múltipla e plural em sua essência.
     "Eu tenho um sonho...", assim disse Martin Lutter King, o sonho da igualdade entre brancos e negros.
      E este sonho mesmo sonho me faz dizer que podemos fazer dele real, basta lembrarmos que as diferenças são elementos que podem tornar a convivência até bem mais interessante se nós soubermos conviver com o "diferente". Afinal, a verdade é que "você também tem sangue crioulo". 
     Espero que possamos fazer de todos os dias uma constante busca por igualdade, manutenção de direitos e respeito a pluralidade que é o nosso Brasil e a Amazônia. 
    

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